terça-feira, 20 de abril de 2010

A Lei de Murphy

Conhecem a lei de Murphy? Faz parte dum conjunto de leis epigramáticas (1) engraçadas e assustadoras. Mesmo que nunca tenham ouvido falar da Lei de Murphy (2), tenho a certeza de já a sentiram na pele! O que nos diz o seu enunciado é basicamente o seguinte:

"Quando uma coisa tem pelo menos cinquenta por cento de hipotese de correr mal, então é certo que vai correr mal!"

Ou seja, nada é tão ruim que não possa ficar pior. Tudo o que começa bem, acaba mal e o que começa mal, acaba... pior, certo?
A própria natureza está sempre a favor do erro. Estendemos a roupa com sol, cinco minutos depois, chove. Estendemos a toalha na areia da praia, dois minutos depois vem a setima onda.
Há sempre um grão de areia na engrenagem à nossa espera. Se estamos a ver a nossa equipa num jogo de futebol, é na hora do xixi que eles marcam o tão esperado golo. Se mudamos de fila no trânsito, a outra fila anda mais rápido. Se voltamos a mudar, então encrencam as duas.
Os técnicos de manutenção é que sabem bem como funciona a lei de Murphy. Depois de retirado o último parafuso da tampa de acesso ao equipamento, verificam que foi retirada a tampa errada. Depois que o ultimo parafuso da tampa do equipamento foi apertado, verificam que uma das peças do interior ficou do lado de fora. E porque é que o parafuso que cai dentro da máquina vai sempre para o canto mais inacessível?
Nas grandes empresas, sujeitas áquilo que todos nós conhecemos, (jogos de poder, cartões mais ou menos coloridos...) a lei de Murphy impera: todo o cargo tende a ser ocupado por um funcionário não qualificado para desempenhar essas funções. E a percentagem de veracidade da lei é directamente proporcional ao poder do cargo.
Ainda nas empresas, sabemos que se um documento é confidencial e nos está confiado, logo logo vai ficar esquecido na fotocopiadora. E quando estamos a treinar a nossa destreza com os botões do rato do computador com o ultimo jogo de cartas do Windows, há-de sempre entrar o director.
E que dizer das máquinas automáticas de café, quando decidem gozar connosco, como aquele meu colega de origem africana que um dia destes se queixava do racismo da máquina?
- 'Tás a ver? Até a máquina sabe que eu sou preto! Primeiro, deita o açucar, a seguir deita o café e só no fim é que cuspiu o copo.
Não é racismo, Zé, é a lei de Murphy!
No descanso das nosssas casas, não se iludam! A lei de Murphy também é lei! Todo o corpinho mergulhado na água perfumada da banheira, faz imediatamente tocar o telefone. E o novo vizinho, todo bom, só nos toca à porta a pedir um raminho de salsa quando o nosso namorado está em casa, certo?
A trajectoria do voo da rolha da garrafa de espumante encontra sempre um olho ou uma testa, não é?
A sopa não se importa se a camisa é Giorgio Armani ou da feira da ladra. Basta que esteja limpa e pronto. Caiu!
E quando nós olhamos na montra aquele vestido que tem mesmo a nossa cara e que andámos meses à procura? Pois é, já não há o nosso número.
Para não falar da visita à casa de pessoas cerimoniosas. A chance do pãozinho com manteiga que nos é oferecido cair no chão com o lado da manteiga virado para baixo é directamente proporcional ao valor, comercial e sentimental, do tapete dos donos da casa. E da nossa vergonha, claro!
Nunca há horas que cheguem num dia para tanta asneira! Mas há sempre muitos dias antes do sábado!
Mas pior do que a lei de Murphy, é a lei de Clark cujo enunciado é:

"Murphy era um optimista!"

E se por acaso se estão a sentir bem, não se preocupem que isso passa-vos! Sorriam que amanhã será pior...

(1) - Leis epigramáticas - enunciadas a partir de um sentimento ou idéia que, mesmo não sendo comprovada, alcança o status de lei como se de facto fosse verdadeira e normalmente são ditas em tom sarcástico e espirituoso.
(2) - John Murphy - engenheiro da força aerea norte-americana.

Sem comentários: